Herzog & de Meuron e o paisagista Piet Oudolf estão trabalhando juntos para projetar os Jardins Calder, que abrigará e exibirá obras de arte do escultor americano Alexander Calder. Localizado entre a Vine Street e a Benjamin Franklin Parkway, na Filadélfia, o local de 6.500 m² abrigará um edifício de dois pavimentos, com metade da área no subsolo. Em vez de projetar o local como um típico museu, a equipe decidiu transformá-lo em um jardim como uma alternativa atraente para os moradores da Filadélfia.
Forma, cor e movimento são as características mais óbvias de muitos aspectos notáveis da arte de Calder. Por isso, quisemos evitar de adotar estes elementos no projeto de arquitetura, para evidenciar a apresentação de seu trabalho. - Jacques Herzog
O projeto iniciou com o briefing do cliente, que pedia um novo tipo de lugar para vivenciar a arte, com "uma interação entre arte, arquitetura e pessoas". Isto levou os arquitetos a optarem por projetar no subsolo ao invés de construir volumes acima do solo. Gradualmente o espaço foi se transformando em uma sequência de diferentes galerias. O caminho leva os visitantes através de espaços inesperados, nichos e jardins, tais como as quase galerias ou galerias de conceito aberto e os jardins rebaixados. Além dos ambientes típicos para exposições de arte, a equipe de arquitetura explorou cada canto, escadas e circulações como uma oportunidade para expor a arte e criar uma experiência diferente.
O Jardim Calder é o primeiro local totalmente dedicado a Alexander Calder, um artista nativo da Filadélfia cujas esculturas em movimento, chamadas de "mobiles" por Marcel Duchamp, fizeram dele um dos artistas mais conhecidos do século XX. Segundo o New York Times, a iniciativa para os jardins começou quando Alexander S.C. Rower, neto de Calder e presidente da Fundação Calder, se encontrou com Piet Oudolf, o paisagista famoso por seu trabalho no High Line da cidade de Nova York. O local nunca teve a intenção de se tornar um museu para Calder, mas sim um espaço de peregrinação e introspecção.
Vejo meus jardins como esculturas vivas onde a mudança é constante. O local é como uma tela para trabalhar e cada planta tem uma personalidade que precisa funcionar com as demais. A composição do jardim é variável e irá evoluir com as estações do ano. Para os Jardins Calder, o projeto de horticultura também deve servir às obras de arte. Espero que as pessoas reservem um tempo para parar e refletir no espaço, experimentar plenamente estes elementos juntos e ter uma reação emocional que permaneça com elas muito tempo após sua visita. Não é o que se vê, mas o que se sente. - Piet Oudolf
O projeto deve ser lançado em 2023 e está programado para ser inaugurado no início de 2024.